O Caderninho de Desafios de Dash e Lily de David Levithan e Rache Cohn
Lily sente que chegou a hora de se apaixonar. Para achar sua cara-metade, ela vai contar com o irmão, que ajuda a garota a criar uma série de tarefas num caderno vermelho. Quem o encontrar, em meio às prateleiras da mais caótica livraria de Manhattan, deve aceitar ou não seu desafio. Dash, um lobo solitário, encontra o moleskine em sua livraria predileta, e os dois ousam trocar sonhos, desafios e desejos nas páginas do caderninho que será achado e perdido sucessivamente nos mais diferentes locais da cidade.
Opinião
O Caderninho de Desafios de Dash
e Lily é uma história com leitura bem suave e gostosa e se passa na época do Natal.
As aventuras
criadas pelo caderninho são bem engraçadas o que não deixa o livro muito
meloso. O que adorei no livro é a quantidade de referências que ele traz
consigo, desde artistas como Georgia O’Keeffe, até poetas e pessoas bem
conhecidas. Também apresenta diversos termos para acrescentar ao vocabulário,
mas nada que torne a leitura difícil já que Dash geralmente explica o
significado da palavra.
“ -Por que as garotas sempre se apaixonam pelos caras com a capacidade de atenção de uma drosófila?
- O quê?
-Moscas de fruta. Caras com capacidade de atenção de uma mosca de fruta.
-Por que eles são gatos?
-Essa não é a hora de ser sincera – rebati. “ pag. 164
Temos Lily que é uma garota
otimista e altruísta, porém tem crises onde explode de raiva e começa a gritar
e chorar. Ela se auto intitula "garota estranha do colégio", por isso
não tem amigos (bem, é o que acredita). É uma personagem que vivia no seu
mundinho até começar a troca do caderninho com Dash. A evolução dela no
controle de raiva e aproximação com as pessoas chega a ser inspirador.
Dash é um cara fechado e por
conta disso a maioria das pessoas o descreve como uma pessoa hostil, porém ele
é gentil e atencioso. Suas mentiras para tentar disfarçar as situações sem
dúvidas é uma das características mais engraçadas nesse personagem. Ele gosta muito
das palavras e enfeita seu vocabulário com elas. Dash ao contrário de Lily já
tem vários amigos e não tem uma relação muito boa com a família. O livro traz o
velho clichê de "os opostos se atraem”.
“Você acha que contos de fadas são coisa de menina? Uma dica: pergunte a si mesmo quem os escreveu. Garanto que não foram só mulheres.” pag. 129
Não consegui criar simpatia com o irmão de Lily, o Langston. Embora ele tenha
ajudado a personagem com a ideia do caderninho é um personagem que me irritou
bastante por ser mimado.
O livro retrata bastante coisa do
dia-a-dia e se passa na época do natal. Traz reflexões sobre nossas atitudes e
a vida, tudo regado ao bom humor. Os personagens são comuns e isso aumenta a
sensação de proximidade. Temos temas como divórcio, relacionamento Gay,
superproteção da família, dificuldade em socializar, distância, como surgem
boatos...
É uma ótima leitura para relaxar e refletir um pouquinho. O livro é pequeno e as letras são grandes. Foi muito bem concluído pelos autores deixam um gosto de satisfação no final após tantas trapalhadas.
“Talvez, pensei, não seja a distância o problema, mas como você lida com ela. ” - Dash, pág. 122
| Editora: Galera Record
| Páginas: 256
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